Um golfinho foi visto com uma tira de chinelo presa em seu focinho já sem vida. Os veterinários que analisaram o corpo do animal, acreditam que o objeto permaneceu preso ao golfinho por meses, o que teria ocasionado um quadro de infecção e à inanição.

Ele foi encontrado pelos moradores da região, que acionaram o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) da ONG Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha, parceira do Aquário de Ubatuba.
Segundo a ONG, o golfinho pode ter confundido a tira de chinelo com alimento ou simplesmente se enroscou no objeto que flutuava no mar. Isso ocasionou uma grave infecção que gerou inchaço e produção de pus, o que impedia o animal de se alimentar normalmente.
“A cena é triste. Tudo indica que o animal passou meses com esse pedaço de chinelo enroscado ao corpo”, afirma Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS.
Carla disse ainda que não foi somente sua equipe que ficou assustada com o caso. “O episódio causou comoção não só por parte dos nossos monitores, mas também da comunidade local. As pessoas que viram estavam realmente inconformadas”, lamenta.

Importância da conservação
A administração da organização disse que o caso é uma prova da importância de conservar o ambiente marinho, uma vez que a poluição das águas é uma das principais causas de mortes de animais marinhos, perdendo apenas para a pesca.
“Casos como este são chocantes, mas precisamos e devemos divulgar para que as pessoas saibam que até um simples chinelo esquecido na beira do mar pode levar à morte um animal marinho ameaçado de extinção”, explica Hugo Gallo, oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta.