
Uma equipe da ONG Ecologia e Movimento (Ecomov) encontrou em uma área de preservação ambiental de Peruíbe, no litoral de São Paulo, uma embalagem de um produto de limpeza fabricado na Noruega, a mais de 11 mil quilômetros de distância da praia brasileira.
Os monitores da entidade também encontraram uma bisnaga de silicone acético produzida na Espanha, mas que pertence a uma empresa da Estônia. Uma garrafa de água fabricada na China também foi localizada.
O presidente da Ecomov, Rodrigo Azambuja, informou ao G1 que as embalagens não estavam deterioradas, o que indica que foram usadas recentemente, possivelmente por tripulantes de navios com destino ao Porto de Santos.
“É uma área de preservação, o que indica que essas embalagens vieram com a corrente marítima e teriam sido descartadas de navios”, afirmou. “A questão é a condição que esses materiais apresentam. Foram utilizados recentemente, então, podem ter flutuado de dois a três dias até encalharem na praia. O problema é que eles acabam se tornando atraentes para alguns animais, e muitos desses materiais são químicos, de risco”, completou.

Parte do material foi descartada e o restante ficou com a entidade para posterior análise de ecotoxicidade. O objetivo é medir o impacto das embalagens na natureza. Com o resultado em mãos, a ONG irá apresentar uma petição ao Ministério Público para solicitar que a região onde o lixo foi encontrado seja protegida.
Já é a sexta vez que lixos internacionais são encontrados em praias de Peruíbe em um período de um ano. Dentre eles, estão embalagens de leite e um saco plástico para armazenar sulfito de sódio – ambos de origem alemã.
“É necessário um trabalho pioneiro de fiscalização das áreas de fundeio de navios, ou então de prestação de contas das embalagens e produtos que são consumidos nos navios que vêm ao Porto de Santos. Vamos buscar a regulamentação desse trabalho”, concluiu Rodrigo.
