
Explorados para entretenimento humano em um zoológico na Espanha, uma leoa branca e seu filhote foram separados após o parto. O nascimento do animal foi bastante sofrido, e, como resultado de um parto traumático, a mãe rejeitou o filhote.
Não fosse a prática de reprodução de animais silvestres em cativeiro, que condena filhotes a uma vida inteira no cárcere, mãe e filho não teriam passado por tamanho sofrimento.
O pequeno leão branco, que é o primeiro filhote da espécie a nascer em um zoológico na Espanha, veio ao mundo em 31 de maio. Já a leoa é exposta ao público há quatro anos no Mundo Park, em Guillena, nas proximidades da cidade espanhola de Sevilha. Trazida da Tailândia, ela viveu um grande trauma ao dar à luz porque o parto ultrapassou aproximadamente 15 dias da data esperada.
Grande e bastante pesado, o filhote deu trabalho para nascer. Juan Luis Malpartida, diretor do zoo, contou à AFP que não sabe “como a leoa o pariu”. “Imagine quanto o animal passou mal”, disse.
Três dias após o parto, o filhote foi retirado da mãe porque Malpartida percebeu que ela não estava dando conta de cuidar dele. “Hipotérmico, hipoglicêmico e desidratado”, o animal passou a ser alimentado com uma mamadeira.
Nesta semana, Malpartida disse que viu o filhote “com a cabeça erguida, tentando correr” pela primeira vez. A leoa, segundo ele, agora está calma.
Batizado de White King, o filhote é o mais novo animal do zoológico a ser reduzido a um “objeto” de entretenimento humano. Tratado como uma atração, ele será exposto aos visitantes do parque, que reabre nesta quinta-feira (11) após ficar fechado durante três meses por conta da pandemia de coronavírus.
Malpartida explicou que o filhote seguirá afastado dos pais, recebendo cuidados da equipe do zoológico, mas que deve ser reintegrado à família assim que possível. “Embora seja um assunto delicado, porque mais tarde se tornará uma competição para o pai”, concluiu.

Exploração animal
Reproduzir animais silvestres para mantê-los confinados em zoológicos e aquários é uma prática exploratória que foca apenas nos interesses humanos. Isso porque a justificativa de preservação das espécies não faz da reprodução em cativeiro uma ação voltada aos direitos animais.
A preocupação genuína com o bem-estar e os direitos de cada animal pode ser observada em locais que reproduzem espécies para reintroduzi-las ao habitat, preservando-as de maneira digna. Não permitir que uma espécie desapareça mantendo-a confinada em cativeiro, sendo exposta ao estresse de lidar com o barulho de inúmeros visitantes e impedindo-a de viver em liberdade no habitat é uma prática que visa, em primeiro lugar, o lucro e o divertimento obtidos com a exposição de animais em zoológicos e aquários, e não os direitos animais.
Não há justificativa ética para condenar um animal à vida no cárcere desde o nascimento até a sua morte. Assim como não existem argumentos que respaldem o desejo de frequentar zoológicos e aquários. O boicote a esses locais, por parte dos humanos, é de suma importância para que seja passado aos proprietários desses estabelecimentos o recado de que não há espaço para exploração e objetificação de seres vivos em uma sociedade justa.