Uma família mudou de endereço e abandonou dois cachorros em uma casa fechada em Araraquara, no interior de São Paulo. Os animais estão sozinhos no local, em meio à sujeira, há pelo menos um mês e só não morreram de fome e sede porque vizinhos, comovidos com a situação, passaram a dar água e comida para eles.

A dona de casa Fabiana da Motta Gimenez denunciou o caso à Polícia Militar Ambiental, mas nenhuma providência foi tomada. Ela não mora no bairro, mas vai duas vezes ao dia no local para cuidar dos animais e dar carinho para eles. “Não é ser humano. É um animal, mas é uma vida”, disse Fabiana, em entrevista ao G1.
A Gerência de Zoonoses, da Prefeitura de Araraquara, disse que vistoriou o local na quinta-feira (1º) e que a família dos antigos moradores da casa foi orientada a ficar responsável pelos animais. A Zoonoses vai acompanhar a situação e, se os cães não receberem os cuidados devidos, os parentes serão responsabilizados por maus-tratos.
Ao ser questionada, a Polícia Militar Ambiental informou que foi chamada duas vezes ao local, mas que não possui registro de maus-tratos a animais.

A casa onde os cães, um macho e uma fêmea, estão abandonados fica na rua Comendador Pedro Morganti, no bairro São José. Vizinhos relatam que os moradores do local se mudaram e deixaram o portão trancado.
Além de Fabiana, a auxiliar de cozinha Silvana Sass de Souza também ajuda a cuidar dos cães. “Eles eram maltratados já com os donos na casa. Se nós não estivéssemos dando água e comida eles já estariam mortos”, lamentou.
A propriedade era alugada e, até o momento, o dono do imóvel não tomou qualquer atitude para resolver a situação. “Eles têm direito de ter um lar, amor”, disse Silvana.

O estudante Jhonatans Azevedo, que mora nos fundos, é irmão do homem que vivia na casa e se mudou. Ele afirma que tem pouco contato com o irmão, mas que telefonou para ele e questionou o motivo dos cães ainda estarem na residência.
“Doaram os cachorros, mas foi passado para gente que eles escaparam e voltaram aqui”, afirmou. Os cães teriam passado pelas grades do portão e entrado no quintal quando estavam mais magros.
“Queria entrar limpar, dar uma ajeitada e dar um lar para eles, para não ficarem assim”, disse Fabiana.