
Não há praticamente um dia em que a floresta Amazônica não esteja pegando fogo.
Milhares de incêndios queimam e devastam a maior floresta tropical do mundo a cada ano. Só em 2019, foi batido o recorde no número de focos de incêndio e desmatamento na Amazônia, mais de 906.000 hectares foram perdidos. Segundo o monitoramento do desmatamento do Projeto Andino Amazônia, 4.500 quilômetros quadrados da floresta amazônica foram desmatados entre 2017 e 2019 e depois queimados, 65% desse desmatamento ocorreu somente em 2019.
Mesmo o fogo sendo parte natural de muitos ecossistemas, eles não ocorrem naturalmente em florestas tropicais como a Amazônia. A grande maioria – senão todos, segundo estudos – dos incêndios que ocorreram na floresta Amazônica foram iniciados por ação humana, com finalidade agropecuária, principalmente para a criação de pasto de alimentação animal.
E se não houvesse mais a floresta Amazônica?
A floresta amazônica desempenha um papel importante na regulação dos ciclos de oxigênio e carbono do mundo. Produz cerca de 6% do oxigênio do mundo e absorve 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano (aproximadamente 5% das emissões globais anuais).
Animais, plantas e humanos enfrentariam consequências terríveis se a floresta Amazônica desaparecesse. Dez por cento das espécies do mundo vivem lá – incluindo animais e plantas. Há uma razão pela qual a Amazônia é comumente referida como “o pulmão da terra”.
Além disso, a maioria dos medicamentos prescritos – incluindo medicamentos contra o câncer – são derivados diretamente de plantas da floresta tropical, que não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo.
Qual a causa do desmatamento?
No documentário, Takeout: The Documentary – disponível na plataforma iTunes – , o cineasta indicado ao Emmy Michael Siewierski expõe as reais razões por trás do desmatamento da floresta Amazônica. Os incêndios florestais, a poluição, a morte e deslocamento de animais, o impacto ecológico e econômico sobre os povos indígenas e a extinção de ecossistemas completos e espécies vegetais se resumem a uma coisa: a demanda mundial por carne.
“A cobertura da mídia sobre a destruição catastrófica da Amazônia não mostra o quadro completo”, afirma Siewierski. “Com o Takeout, eu queria mostrar como as escolhas que fazemos sobre o que comemos e consumimos a milhares de quilômetros de distância impactam diretamente neste ecossistema. ”
O filme foi co-produzido com o músico e ativista americano Moby, um vegano que passou a vida defendendo questões relacionadas aos direitos dos animais e à crise climática. Seu envolvimento com o filme foi um ato de divulgação, conta Moby. Embora tenha passado a vida defendendo um estilo de vida vegano, incluindo questões correlatas como a agricultura e corrupção, ele diz reconhecer que nem todos estão cientes das terríveis consequências que uma alimentação de origem animal pode ter em relação ao meio ambiente, mas que a adotar um estilo de vida vegano seria um grande passo para a não destruição da floresta.