
A cidade de Verkhoyansk, na Sibéria, registrou temperaturas em torno de 38 graus celsius no último final de semana. Situado na região ártica da Sibéria, o município é conhecido pelo frio intenso e costuma exibir medições abaixo de zero.
Embora a temperatura alta ainda não tenha sido confirmada por órgãos oficiais, essa teria sido a maior onda de calor da história já registrada na região.
Em 1933, na cidade de Verkhoyansk, onde vivem pouco mais de mil pessoas, a temperatura negativa chegou a 76 graus celsius abaixo de zero, o que mostra a relação entre o calor atual na região e as mudanças climáticas.
“Esta temperatura era esperada para ser atingida em 2100, daqui 80 anos”, escreveu o meteorologista Jeff Berardelli, da emissora CBS, no Twitter. Segundo ele, Miami, uma cidade dos Estados Unidos acostumada com o calor, só registrou temperatura acima de 37 graus celsius uma única vez.
As alterações causadas pela mudança climática não foram vistas apenas na Sibéria. A Rússia também registrou temperaturas atípicas em Moscou, onde os termômetros marcaram 5,6 graus celsius em 18 de dezembro de 2019 – temperatura mais alta registrada em dezembro no local desde 1886.
Especialista em climatologia, Vladimir Semyonov afirmou à agência de notícias RIA Novosti que as temperaturas aumentaram 4 graus celsius nos últimos 30 anos, o que, segundo ele, é um aumento muito grande.
Antes mesmo da onda de calor chegar à cidade de Verkhoyansk, cientistas alertaram sobre o aumento alarmante das temperaturas e disseram ao jornal The Guardian que esse fenômeno pode ter relação com os incêndios florestais, o derramamento de óleo e com traças que comem árvores.
O recorde anterior de temperatura na Rússia era de 25 graus celsius, batido pelo município de Verkhoyansk.