
No próximo ano, os estudantes de todos os níveis de ensino em todas as escolas públicas de Nova Jersey (EUA) aprenderão sobre mudanças climáticas.
No começo de junho, o Conselho de Educação adotou “padrões científicos das novas gerações” a serem incorporados ao aprendizado dos alunos de Nova Jersey. Esta nova revisão inclui o ensino sobre mudanças climáticas em todas as matérias.
Isso inclui ciência, estudos sociais, artes, educação física, ciência da computação, carreiras profissionais e alfabetização. O novo currículo entra em vigor no ano escolar de 2021-22.
“Quase todas as escolas abordam o tema da mudança climática”, diz Glenn Branch, vice-diretor do Centro Nacional de Ciência e Educação, fundado em 1981. A organização sem fins lucrativos trabalha para garantir que os estudantes recebam uma educação precisa e efetiva acerca dos assuntos: evolução e mudanças climáticas.
Branch explica que o que Nova Jersey está fazendo é inovador. É o primeiro Estado na nação a incorporar a crise, integrando o assunto em todos os temas e em todos níveis de ensino. “Isso significa que praticamente todos os professores de escolas públicas de Nova Jersey estão sendo encorajados a debater o assunto com seus alunos num contexto apropriado e educacional”.
Educação sobre mudança climática em todas as matérias
Tammy Murphy, primeira-dama de Nova Jersey, esposa do governador Phil Murphy, liderou o esforço. Murphy é uma das membros-fundadores do Fundo de Ação da realidade climática do antigo vice-presidente Al Gore.
“Décadas de tomadas de decisões míopes levaram a esta crise e, agora, devemos fazer tudo o que pudermos para ajudar as nossas crianças a resolvê-la”, disse Murphy.
“Esta geração de estudantes irão sentir os efeitos da mudança climática, mais do que qualquer outra”, continua. “ É decisivo que seja provido a cada estudante a oportunidade de estudar e entender a crise climática através de uma lente compreensiva e interdisciplinar.”
Preparando professores para a educação sobre mudança climática
Uma pesquisa de 2016, publicada na Science, descobriu que os professores de ciência frequentemente omitiam ou dedicavam menos tempo a assuntos “socialmente controversos”, como mudança climática e evolução, por medo de repercussões negativas.
Esta mesma pesquisa descobriu que 30% dos docentes afirmam que a crise climática é “provavelmente devida a causas naturais”.
Para 31%, a ciência ainda não estabeleceu as causas das mudanças climáticas. Entretanto, 97% dos cientistas mais importante concordam que a atividade humana é a força motriz.
“Será positivo para os estudantes de Nova Jersey serem lembrados da realidade da mudança climática, por meio dos estudos, e estarem aptos a pensar sobre isso em diferentes ângulos disciplinares”, diz Branch. No entanto, a maior parte da educação sobre a mudança climática ainda vai acontecer nas aulas de ciência. Ele acrescenta que “Nova Jersey terá de desprender tempo e esforço – e dinheiro – equipando seus professores para que eles possam cumprir com os novos padrões exigidos.”
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