O aumento das queimadas no Acre têm feito várias vítimas: animais morrem e pessoas sofrem com problemas respiratórios. Não há estatísticas a respeito da quantidade de animais mortos, mas sabe-se que inúmeros perderam a vida.

De janeiro até 20 de agosto foram registradas 2.498 queimadas no estado, sendo 2.123 apenas em agosto, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O major do Corpo de Bombeiros Cláudio Falcão contou ao G1 que são encontrados diariamente macacos, cobras, bichos-preguiças e outros animais mortos.
“Os animais morrem sufocados através da fumaça. Não temos estatísticas de animais mortos nas queimadas. Mas, temos encontrado, é inevitável”, lamentou.
A poluição também é alarmante. Quando o manancial do rio Acre fica raso, pneus, sapatos, garrafas de plástico e muito lixo fica aparente. E a poluição do ar, segundo sensores de monitoração, está quase três vezes acima da ideal para respiração.
A situação do estado é tão preocupante que o governador Gladson Cameli decretou estado de alerta ambiental no último dia 16. E o problema, segundo a diretora executiva da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Vera Reis, não se restringe às queimadas do Acre, mas tem relação também com a fumaça de países vizinhos que chega ao estado.
“Tivemos um pouco de chuva em Tarauacá, Manoel Urbano e Santa Rosa, mas acredito que amenizou um pouquinho. A questão é que a gente também recebe fumaça da Bolívia e do Peru e todos os países estão em situação de alta criticidade, então acaba que a gente tanto emite fumaça pra eles como recebe fumaça deles e isso agrava a situação”, explicou.

“O que a gente tá pedindo é que as pessoas, de fato, se sensibilizem, não queimem neste período de baixa umidade do ar, de temperaturas elevadas. Fora isso, é muito difícil”, pontuou. “O fogo está na mão do povo, porque o governo só pode mesmo sensibilizar as pessoas para não queimarem. É uma questão cultural, estão queimando na cidade desnecessariamente”, completou.
Uma ação intensiva que está sendo realizada em parceria entre o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e o Batalhão Ambiental da Polícia Militar deve envolver 30 pessoas.
“Estamos com todo pessoal em operação Feijó e Tarauacá. O MP [Ministério Público do Acre] nos municípios estão em parceria com todos os órgãos municipais e estaduais contra queimadas e derrubadas. Estamos agindo pelas regiões mais críticas, no caso, Feijó é a cidade mais afetada no momento com o fogo. Então, iniciamos pela região de Tarauacá e Envira”, explicou o diretor-presidente do IMAC, André Hassem.
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