Uma lei que tramita no estado de Illinois (EUA) pede a legalização do uso recreativo de maconha. O diretor de treinamento de uma academia de K-9 alertou que, caso a lei seja aprovada, inúmeros cães explorados para farejar drogas serão assassinados.

Atualmente, há cerca de 275 K-9s no estado, treinados para reconhecer diferentes cheiros, incluindo o da maconha. Como esse treinamento foi passado desde muito cedo, revertê-lo seria praticamente impossível, e extremamente doloroso, dizem os policiais.
A questão é que, caso eles não passem por essa espécie de “destreinamento”, o trabalho policial será severamente prejudicado. Os animais continuariam a reconhecer a maconha como uma substância ilegal, atrasando assim as buscas.
Quando Chad Larner, diretor da academia de treinamento de K-9s de Maron County foi questionado pelo jornal The Pantagraph sobre possíveis adoções, ele diz que os cães farejadores são treinados como animais antissociais. Tentar levá-los para novas casas seria muito custoso, e poderia provocar até mesmo a morte deles.
“Ridículo e absurdo”
Dan Linn, diretor executivo do grupo NORML, grupo que defende a legalização da maconha, enxerga nessa explicação uma desculpa ridícula e absurda para barrar a lei. Não faz sentido algum culpabilizar o uso da substância pela morte dos animais.
O chefe de polícia assistente, Steve Petrilli, por sua vez, acredita que os cães não seriam assassinados se precisassem se aposentar. Provavelmente, eles iriam morar com os seus treinadores.

Realidade dos cães explorados como farejadores de drogas
Treinamentos pelos quais os animais passam são extremamente abusivos. Eles aprendem a estarem sempre em uma postura de alerta, a realizar tarefas cansativas e desgastantes, e não agem conforme o comportamento natural de um cão – eles vivem única e exclusivamente para servir as necessidades dos humanos.
Isso e todos os riscos aos quais eles são expostos quando estão em ação. Casos horríveis envolvendo esses cães, desde abuso e exploração, até morte, sempre pipocam na mídia. E não apenas ao serem perseguidos por traficantes, mas por próprio descaso policial.
Alegar que esses animais, que já são explorados a partir do momento que entram em programas de treinamento da polícia, devem ser assassinados por não haver outra opção é, realmente, um absurdo. E inaceitável.
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