Por Sophia Portes | Redação ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais)

A Polícia Civil de Sorocaba (SP) indiciou uma mulher por estelionato nesta quinta-feira (20), após investigação que identificou que a mulher vendia animais sem raça definida como cães de raça e ainda os maltratava.
A mulher foi identificada como Jaqueline Moro dos Santos, de 24 anos. Segundo a corporação, ela chegava a cortar as orelhas dos cães que conseguia através de adoções.
De acordo com o delegado Marcelo Carriel, responsável pelo caso, sete pessoas que prestaram depoimento durante as investigações confirmaram que ela vendia os animais e ameaçava quem desconfiasse dos crimes.
“Não existe dúvida nenhuma. Ela foi reconhecida por várias vítimas como a que, efetivamente, fez as vendas dos animais. Ela foi indiciada pelo estelionato continuado e, agora, faltam alguns detalhes para o término do inquérito, como o veterinário que atendeu esses animais e que constatou os maus-tratos”, conta o delegado.
Após a análise do veterinário, Carriel disse que a criminosa também será indiciado por maus-tratos. Ainda segundo a polícia, a mulher usava outros nomes para fazer as negociações das vendas.

De acordo com os compradores, as negociações eram feitas pela Internet. Uma delas, que não quis se identificar, disse que comprou a cadela “Channel”, como sendo da raça maltês, em um grupo de vendas e trocas pela Internet e pelo aplicativo Whatsapp. A cadela foi vendida no valor de R$ 1,3 mil e a entrega foi feita em um estacionamento de supermercado da cidade. Mas após alguns dias, as pessoas começaram a desconfiar. “Falaram pra mim: ‘você comprou um Maltês mesmo? Porque ela não se parece nada com um maltês’, aí comecei a achar estranho”, diz.
Ao levar a cadela até o veterinário, as suspeitas foram comprovadas. “O formato, o tamanho, a aparência do pelo. Apesar do pelo estar danificado pelo estado do animal, não aparenta ser de um animal da raça maltês”, afirma o veterinário Bruno Monteiro. Ele diz ainda que a cadela estava muito anêmica e desnutrida e morreu alguns dias após a consulta.
“Não é pelo dinheiro que ela tira das pessoas e, sim, o que ela faz com os animais, né”, afirma uma das mulheres lesadas.
Outra mulher também foi vítima da criminosa. Ela pagou R$ 300 por um cão chamado Nick que, mesmo com os esforços da tutora, morreu devido aos maus-tratos que sofria com a exploradora.
Veterinários e policiais orientam que as pessoas adotem animais resgatados em abrigos com credenciais ou de canis licenciados. Mas o mais importante é pesquisar e visitar o local onde os animais vivem, para que haja a certificação das condições, e em caso de identificação de maus-tratos, sempre denunciar às autoridades locais.
0 comments