
A amizade entre uma cadelinha e o seu tutor comoveu moradores do bairro Alvorada, em Araçatuba (SP), na tarde de sábado (3). A cadela “Nega”, que era tutelada pelo homem que morreu na noite de sexta-feira (2) por suposto envenenamento em um bar, permanece em frente ao local que seu tutor frequentou pela última vez na cidade.
Segundo a sobrinha da vítima, Maria José Alves Pereira da Cunha, a cadela sempre acompanhava Vilson de Oliveira por todos os lugares. Maria José afirma que essa amizade tinha aproximadamente um ano, quando ele a adotou na rua e começou a cuidar da cadelinha.
“Eles eram inseparáveis. Ela até sentia ciúmes dele e o acompanhava em todos os lugares. Quando estavam juntos, ninguém podia se quer chegar perto dele que ela avançava na pessoa”, comenta Maria.
Comerciantes próximos ao bar que a vítima frequentava – e onde ele morreu – sabiam da amizade de Vilson com a cadela e ficaram comovidos com a cena. Inclusive, um dos amigos dele que viu a cadela sozinha, questionou a família e ficou sabendo do ocorrido. “Até um amigo dele nos ligou perguntando. Falou que viu a Nega perto do bar sem ele e achou estranho. Foi quando nós falamos da morte dele”, afirma a sobrinha da vítima.

A família foi até o local tentar levar a cadelinha para casa, porém, ela não deixa ninguém se aproximar. Em frente ao bar, existe um banco com alguns cobertores que são da vítima. Ele às vezes saía dos bares e se deitava no banco e a Nega ficava perto do amigo.
Caso
Vilson morreu depois de beber refrigerante supostamente envenenado, na noite desta sexta-feira (2), em um bar. A vítima tinha 56 anos. Segundo informações da polícia, ele e outro rapaz estavam no bar quando o dono do local ofereceu um copo da bebida.
A vítima teria bebido primeiro e começou a passar mal, sendo acionado uma equipe de resgate do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para socorrer o homem, que não resistiu e morreu no hospital.
De acordo com o boletim de ocorrência, o médico que atendeu a ocorrência disse aos policiais que a hipótese é que ele bebeu refrigerante com chumbinho, veneno usado para matar ratos. A garrafa com a bebida e um pedaço de um lanche que teria sido consumido pela vítima foram apreendidos e vão passar por perícia pelo Instituto de Criminalística.
O laudo da perícia deve ficar pronto em até 30 dias e depois disso, o dono do bar será chamado para prestar depoimento. Se for comprovado o envenenamento, o dono do bar poderá responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Fonte: G1
“Até que a morte os separe” não valeu para eles.