Ok, temos o nosso tempo de entender, de processar as coisas, de desenvolver faculdades, e de agregar valores. Mas do que cada um efetivamente precisa para mudar?
O tema incomoda. Mas incomoda mais ainda ouvir uma pessoa falando a sua fala crítica sobre como a sociedade não se importa com o mundo, sobre como está tudo errado, ao mesmo tempo em que, por uma simples atitude, faz igualzinho ao alvo de sua fala. E a simples atitude é comer carne.
Não, não é que eu tenha acordado num lindo dia e resolvido que ser vegetariana ou vegana seria bonito para a minha imagem. Não é gosto por doutrinar ninguém, até porque me desgastam os confrontos e esforços em “convencer” as pessoas. Não é querer parecer superior. Não é discurso oco. Mas confesso que perdi um pouco a paciência ou cansei de ouvir discursos bonitos e ver outra coisa na prática.
Dificuldade de ouvir = dificuldade de pensar = intolerância = perpetuação das atitudes do desde sempre = síndrome de Gabriela = impermeabilidade = impossibilidade de mudança individual
O significado da simples atitude de comer carne dá pra provar por uma equação matemática. Porque o gesto de matar é igual ao gesto de comer o cadáver. A diferença é não ver a morte tão de perto.
Eu gostaria muitíssimo que as pessoas tivessem, primeiro de tudo, mais disposição para saberem das verdades objetivas da vida, ou seja, não tapassem os olhos e os ouvidos para o fato de que consumir carne, além de tirar o direito de vida de um ser, acaba com os recursos do planeta (água, desmatamento, aquecimento global). Ponto, uma verdade objetiva. Não é crença, não é delírio mediúnico.
Rejeitar, de cara, uma nova forma de pensar é intolerância. Devolver imediatamente uma resposta sem antes considerar é intolerância. Mas o problema da intolerância é que ela impede o bom de chegar. A questão não é o novo pelo novo, mas o que o novo pode trazer para que tudo seja melhor.
Caímos na impossibilidade da comunicação, na Era da Torre de Babel lá nas alturas e quase ninguém conseguindo dizer e ser ouvido.
Comumente as pessoas fazem caretas quando vem o assunto da mudança das atitudes mais simples, mais fundamentais, como deixar de comer carne. Para mudarmos, passamos por estágios, mas não querer ouvir é um culto ao egoísmo. É dizer “que se foda tudo porque não é ninguém da minha família que vai ser abatido mesmo”.
Então, assim, se você consome carne, não critique ninguém, não fale mal do mundo, não venha com discursos aparentemente pensantes e críticos sobre a hipocrisia da sociedade se você faz igual. Não fale do aquecimento global, não fale da futura e próxima escassez de água e da falta de florestas. Você tem o direito de escolha (felizmente para você, infelizmente para os animais que você come), portanto ok, coma carne, acabe com tudo, mas não venha falar de ninguém: vai ficar feio, vai soar ridículo.
Aposto que você possui algum tênis ou sapato que seja feito de couro, ou qualquer outro dos milhares de produtos que tenham algum derivado animal… Proponho a você que pesquise todos os subprodutos de origem animal e te garanto que possuirá vários deles… Dessa forma seus comentários serão desqualificados e sem valor algum, pois você verá que também contribui para a exploração animal…
Oi, Jorge. Pena que não apostamos dinheiro, pois sou vegana e não uso nada de origem animal. Como todo ser humano que busca um caminho de coerência e crescimento moral, procuro ir me melhorando a cada nova escolha compassiva. Espero que vc esteja fazendo o mesmo, ou seja, dando o seu melhor para o mundo.